segunda-feira, 8 de junho de 2015

UMA ONDA DE REFUGIADOS E de IMIGRANTES AGITA O MUNDO. NO BRASIL - PRESENTE E PASSADO SE ENCONTRAM

 

No Brasil, os descendentes de imigrantes do passado, assistem a chegada de levas de pessoas em busca de uma oportunidade de vida melhor. Fogem do mundo em conflito, da pobreza, do descaso das autoridades em seus países de origem e da imaturidade e descompromisso com que cuidam de seus cidadãos.

O Brasil passa por um momento de chegada de refugiados: – haitianos, nigerianos, sírios... uns entrando legalmente outros após aumentarem os rendimentos de coiotes entram ilegalmente  no país aproveitando as fronteiras abertas... O país os recebe de braços abertos – nada de xenofobia. Porém, uma vez aqui, enfrentam uma vida nada fácil; eles estão a depender da caridade de Igrejas que suprem a deficiência do Estado omisso e incompetente. Cabe ao governo central definir uma política de acolhimento a esses cidadãos em vez de se omitir esperando que governos Estaduais e a sociedade arquem com a responsabilidade do grave problema social que representa a presença de pessoas no território nacional.

No entanto fica a pergunta: - Quantos e quais deles realmente necessitam desse apoio?

Vive-se um tempo de caos migratório em várias partes do mundo. Na Europa chegam refugiados fugitivos de guerras e conflitos étnicos e religiosos na África e no oriente médio. Todo dia noticias dão números expressivos – 2mil, 3,5 mil, 4 mil - de pessoas são resgatadas a deriva no mar Mediterrâneo. Os países apanhados pela onda migratória discutem cotas. O resgate de fugitivos tornou-se um caso humanitário no Mediterrâneo e no sudeste asiático. Refugiados da guerra na Síria vivem em desertos cercados por guerras e conflitos. Outros não passam de prisioneiros nos países onde se refugiaram.

Brigam por quê? Terras, água, comida, diferenças étnicas, ideologias radicais e crenças religiões – não importa. Inventaram um mundo de confrontos, de desconforto e de insegurança.

Os grandes brigam, sofrem os povos. Sempre foi assim.

 

O passado migratório para o Brasil contava com uma infra-estrutura que atendia aos que chegavam. Hoje não há mais esse suporte. Havia a Casa do Imigrante; isso lá no começo do século passado – 1900 – até meados do século oferecia suporte aos que chegavam com suas famílias. Durante a segunda guerra mundial, por exemplo, os colonos japoneses e famílias deveriam ocupar espaços determinados pelo governo, por dois anos, sendo assim monitorados até serem considerados integrados no país, e evitar a criação de ‘quistos raciais’. Após esse período cada um podia se estabelecer onde desejasse.

 

 

 

A CASA DO IMIGRANTE – Hoje museu - foi inaugurada em 1885 no bairro do Brás, com capacidade para 1200 imigrantes.

Os imigrantes europeus, por exemplo, após uma viagem de navio-vapor de mais ou menos um mês, ao chegar ao porto de Santos,  eram encaminhados pela Estrada de Ferro da São Paulo Railway, subindo a serra do Mar, e eram desembarcados na capital paulista diretamente na plataforma da hospedaria – a Casa do Imigrante. Esta possuía oito amplos salões com divisões para as famílias. As camas eram de ferro com lastro de arame; havia lavatórios e privadas. Nos refeitórios, ao chegar, os imigrantes recebiam uma refeição-almoço: - pão, carne, feijão, arroz, batata, verdura, café, etc. No dia seguinte havia uma avaliação da saúde dos imigrantes, vacinação e conferencia de documentação. Recebiam um “cartão rancho”, com direito à permanência de seis dias. Nesse período os imigrantes passavam pela Agência Oficial de Colonização e Trabalho, firmando contratos para trabalho em lavouras de café ou outros núcleos. Após essas formalidades cada família seguia seu destino.

O encontro entre o passado e o presente indica uma decadência nos padrões de atendimento aos migrantes que chegam hoje ao país. Ao encerrar as atividades da casa do Imigrante os governos que se seguiram pouco ou nada fizeram para melhorar a situação das pessoas que chegam em busca de oportunidades de trabalho.  É simplesmente deprimente.