quarta-feira, 3 de junho de 2015

Lúcifer e LOGOS > o Poder Mental e o Poder Espiritual


            Do conjunto da vasta obra sobre a Filosofia Universica, do professor H. Rohden destacamos alguns dos principais itens abordados pelo autor no livro “Lúcifer e Logos”. – “A  Constituição Cósmica do Universo é rigorosamente hierarquizante: as criaturas inferiores dependem das creaturas superiores”.

O livro ‘Lúcifer (o poder mental) e Logos (o poder espiritual)’ tem como base a polemica sobre “Creação ou Evolução”, que jamais foi respondida satisfatoriamente. Segundo o Gênesis, Moisés afirma que o primeiro “ántropos” não era um animal, mas sim uma entidade Hominal diferente das outras criaturas existentes.
O autor explica a origem do homem à luz da matemática e da ciência, onde matemática é a consciência da Realidade – ou seja, verdade, lógica, metafísica – para concluir que a síntese entre ambas provam que o homem, e as outras creaturas vieram do infinito através dos finitos. Portanto a Creação é a transição do infinito para o finito. Ao contrário do que diz a teoria evolucionista (Darwin), toda evolução pressupõe a creação. Assim, a verdadeira filosofia aceita tanto o principio creador da matemática, como o processo evolutivo da ciência.
Cita Santo Agostinho que soube dar uma explicação ao que poderia ser uma contradição: Deus criou tudo simultaneamente em estado potencial, mas foi através dos períodos cósmicos que este mundo potencial se desenvolveu até o estágio atual – inclusive o homem, não como é hoje, mas como a planta está na semente através de muitas etapas.
Quanto à queda do homem, não teria sido uma involução material, mas porque os homens praticaram a procriação animal antes de evolverem rumo a uma procreação Hominal; ou seja, o homem tinha que crescer metafisicamente antes de se multiplicar.
 Faz uma análise do significado do “evolvei e multiplicai-vos” – onde coloca em primeiro lugar o crescimento superior com capacidade para outra forma de procreação – a bioplasmática como sugere o Gênesis.
Analisa também o significado de outras expressões como “a árvore da vida”, o pecado original, o homem vertical, a origem da moral, etc. e o significado do poder mental, intelectual (Lúcifer) e o poder espiritual (Logos).
Cita o Bhagavad Gîta para ilustrar a luta entre a inteligência lucérifa que nos mantém presos às ilusões do pecado original e domina pela ‘persona’ (máscara), e o Logos, ou seja, o poder espiritual capaz de libertar o homem-ego da escravidão ao seu ego-físico-mental-emocional.
Sobre a moralidade, diz que 25% da humanidade não têm senso normal de moralidade, pois esta é uma conquista da convivência social; a mais antiga moralidade é fundamentalmente de caráter egoísta; a atual é secretamente e altruisticamente egoísta. São raras as pessoas de moral elevada como foram: Cristo, Francisco de Assis, Gandhi, Albert Sweitzer.
O homem moral crê; já o homem espiritual sabe o que é Deus. Daí a importância do ‘querer’ para chegar ao estágio do ‘renascimento pelo espírito’. Para atingir esse estágio o homem precisa ouvir a voz da razão; só assim vai deixar de querer ser servido pelo mundo material, pela magia mental, pelo poder político. Cita a “Tentação no Deserto” como exemplo da ação do intelecto e da razão.
A Redenção admitida em todas as religiões do mundo tem no Cristianismo sua maior representante. A remissão pressupõe que há escravidão e que o homem é um prisioneiro. Se ‘o reino dos céus está dentro de vós’ ou, ‘ o reino dos céus é como um grão de mostarda’, pressupõe-se que há uma porta que o homem tem que abrir, por si, para libertar-se.
O ignorante espera que venha de fora essa redenção; o intelectual quer um milagre da magia mental; já o homem consciente da sua natureza racional, espiritual, divina, realiza-a em virtude de seu Cristo interno.
Em suma, “Lúcifer e Logos” é uma análise profunda, objetiva, da jornada evolutiva do homem desde sua criação, através do ego, até a conquista de sua redenção tornando-se o homem cósmico. O homem e a humanidade têm diante de si, apesar de todas as misérias, um caminho a seguir. O homem já foi remido na pessoa de Jesus. Falta remover os obstáculos que obstruem o caminho. A conquista da felicidade (Samadhi) implica em que o homem se esvazie de todos os conteúdos de seu ego ilusório e se coloque em disponibilidade cósmica numa atitude pleni-consciente. Ele tem livre arbítrio para consumar a remissão.
Cita Paulo de Tarso com o texto: “A Natureza está sujeita à corruptibilidade, não por vontade própria, mas por aquele que a sujeitou...” e a redenção da natureza depende da redenção do homem.
 A Constituição Cósmica do Universo é rigorosamente hierarquizante: as criaturas inferiores dependem das creaturas superiores. Servir os outros e transformar a humanidade foi o exemplo deixado por Jesus.


Advertência – mantivemos os termos Crear e Creatura obedecendo ao ensinamento do autor: - “Crear é a manifestação da Essência em forma de existência – Criar é a transição de uma forma de existência para outra existência”. Diz mais: ‘A substituição da tradicional palavra latina crear pelo neologismo moderno criar é aceitável em nível de cultura primária, porque favorece a alfabetização e dispensa esforço mental – mas não é aceitável em nível cultural superior, porque deturpa o pensamento.’