terça-feira, 14 de abril de 2015

CÚPULA DAS AMÉRICAS – UM ENCONTRO DE DOIS MUNDOS: O CIVILIZADO E O RETRÓGRADO.


O encontro no Panamá dos países do continente – 34 representantes compareceram -  pode representar uma reorganização política e econômica da região. Não só Cuba, mas também a Venezuela, Argentina, México, Brasil terão a partir de agora  novas responsabilidades em relação ao Continente.  O não gostar de muitas coisas chamadas de ‘imperialismo americano’ dos USA, não impede o reconhecimento da importância do país como o garantidor das liberdades e dos direitos individuais e das Nações bem como ser um fiel na balança comercial e consequente desenvolvimento regional. Ninguém pode ignorar que ele tem sido o porto seguro para que a humanidade não mergulhe na escuridão sem esperanças do mundo em conflito.

A Guerra Fria acabou... As estratégias agora são outras: - ‘Nossas nações devem libertar-se dos velhos argumentos, devemos compartilhar a responsabilidade do futuro. Essa mudança é um passo decisivo para toda a região’.  ‘Podemos virar a página’... ‘Os Estados Unidos não serão reféns do passado’... declarou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

O novo ensinando ao velho que a vida continua. Ficou implícito que a guerra continua sob outra forma, com outras estratégias e resultados e que o passado retrógrado que Cuba representa não tem mais sentido, especialmente o comportamento truculento dos reféns da ignorância  onde quem pensa diferente vai para a cadeia. Raul Castro presidente de Cuba, presente pela primeira vez à Cúpula das Américas fez um discurso batendo na tecla das lembranças de todos os embates políticos e conflitos do governo por mais de meio século, para depois reconhecer que ‘É preciso apoiar Obama, é um homem honesto’. Seu posicionamento, no entanto continua a  indicar que o caminho ainda será longo, pois Cuba entende que é ‘preciso continuar lutando e aperfeiçoando o socialismo’ (sic).

Os motores da economia regional dependem do petróleo. E os países produtores, patinam com uma economia à beira da recessão, entre eles o Brasil mergulhado até o pescoço no escândalo do Petrolão.

Uma nova ordem latino-americana é possível. Sem esquecer que nas sombras continuam as práticas do bolivarismo radical e o Foro de São Paulo. Isso levará tempo. A figura do país imperialista do norte cultivada por mais de meio século não será apagada da mente retrograda do caudilho caribenho. Ninguém é perfeito. A escola da vida ensina lições amargas e muitos são incapazes de aprender.

Na cúpula das Américas no Panamá, neste fim de semana, dois mundos se encontraram: um civilizado e um que parou no tempo. Precisou nascer um presidente para que as peças do jogo político fossem movimentadas. Recuperar a auto-estima da Nação vai ser uma tarefa demorada.

Liberdades individuais só são plenas quando cada cidadão puder exercer seus direitos e cumprir seus deveres participando na vida social, política, econômica e religiosa de forma construtiva e respeitosa sem sofrer nenhum tipo de cerceamento ou manipulação ideológica. Isso vale para todos os simpatizantes de governos ditatoriais da América Latina, inclusive os brasileiros, onde o discurso é um e a prática é outra. Como diria Goethe: “Dominar é fácil. Reinar é difícil”. É isso que os governos latinos  precisam aprender.


Liberdade com responsabilidade – essa deve ser a norma de vida a ser cultivada para conquistar  uma  nova ordem na América Latina.