quarta-feira, 16 de outubro de 2013

PASSEATAS, GREVES, MANIFESTAÇÕES – TUDO FAZ PARTE DE UM JOGO - O ‘JOGO DE EMPATE

- ‘Desempata! Desocupa! Não fique empatando! – eram expressões usadas para criticar e chamar a atenção de uma pessoa que ficava enrolando e não se decidia. Ao ouvir Marina Silva falar de ‘jogo de empate’ achei melhor procurar saber o que realmente ela estava dizendo.
O ‘Jogo de empate’ na política é apenas mais uma forma de brigar por um lugar ao sol, mesmo que isso signifique prejuízos para a Nação. É o que está sendo proposto pela ‘filosofia’ da Rede Sustentabilidade da Marina Silva, ao se referir ao método utilizado por Chico Mendes na sua luta contra madeireiros na Amazônia. No meu ponto de vista são situações completamente diferentes. Lá havia a defesa de recursos naturais explorados de forma predatória. Já, na política, os interesses são individualistas. A política atual está dominada por interesses de corporações que brigam entre si. Querem que o mundo pense redondo se suas cabeças forem redondas, e quadrado se suas idéias forem quadradas. A democrática alternância do poder é uma utopia. Para eles, se resume em dividir para continuar imperando. No fundo todos são amigos e companheiros.
A bandeira da ética está a meio pau. O dinheiro fala mais alto.
Sorte do Brasil é o seu gigantismo e ser dono de uma economia diversificada, que, bem ou mal, ainda sobrevive graças a cidadãos que trabalham, produzem e geram riquezas. As novas gerações que só conhecem as realidades pelo ‘ouvir dizer’ através de informações pré-fabricadas são as principais vitimas do apagão ético na política.
Fica no ar a idéia de que Marina Silva, ao balanço de “Rede” da imaginação, propõe criar uma espécie de ‘arca de Noé’ política ecologicamente correta. A proposta do jogo do empate, no entanto não passa de um jogo de retranca. Perguntem ao Felipão se essa é a melhor prática esportiva.  Aqui não se trata de um mero jogo de futebol. É a vida de uma Nação!
Posso estar enganada, porém o pior de tudo é que esse comportamento do ‘jogo de empate’ chegou às manifestações de rua, onde protestos pacíficos e legítimos estão sofrendo a interferência de grupos de manifestantes cujo objetivo é apenas desconstruir os movimentos. Eles vão ocupando os espaços literalmente. As pessoas ainda não estão se dando conta da extensão dessa atitude. A idéia de se opor, impedindo o avanço do outro, está tomando as proporções das ondas que se propagam ao lançar uma pedra na água. Ela vai muito além do local onde a pedra caiu. As invasões de propriedades produtivas, ocupações de usinas em construção, de Reitorias nas Universidades, de prédios públicos, etc., caracterizam esse tipo de comportamento de impedir – de promover ‘um empate’... Quem ganha? Quem perde? Todos.
A bandeira da ética está a meio pau. O dinheiro fala mais alto.
- “Três grupos de pessoas gastam o dinheiro das outras pessoas: crianças, ladrões e políticos. Todos os três precisam de supervisão.”

- “Auri sacra fames” (Virgílio) – referente à avidez do homem pelas riquezas, no caso o ouro que o poder proporciona.  (Virgílio: Publius Vergilius Mara – 70 -19 a.C). Poeta da antiga Roma, célebre pelo seu poema épico Eneida que conta como o herói troiano Enéias fundou Roma depois da guerra com os gregos. Escreveu poemas pastoris e líricos conhecidos por Écloga e Geórgias.
Écloga – obra que retrata cenas da vida rural, geralmente de maneira idealizada.


Mais de dois mil anos depois, tudo continua na mesma. O idealismo por um mundo melhor, ficções e projetos se somando na literatura do faz de conta de que pode ser assim. E tudo vai continuar ‘empatado’.