sábado, 26 de outubro de 2013

EXAME DO ENEM – O RECORDE DE PARTICIPANTES E A QUALIDADE DO ENSINO.

Hoje tem início o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A imprensa noticia que são exatamente 7.173.574 candidatos habilitados a tentar passar pela porta de acesso a uma das as Universidades federais e algumas estaduais e privadas, além de instituições técnicas. Os custos de tal ‘operação de guerra’ serão de $49,86 reais por candidato.

Os recordes não param por aí. Como é um exame que prioriza as cotas, o número de negros, pardos, indígenas chegou a 56% no ENEM deste ano, superando a porcentagem registrada na população brasileira no Censo que é de 51%.
Como o critério final vai priorizar as cotas, certamente muitos alunos com boa avaliação poderão ficar de fora, considerando que todas as 59 universidades federais vão adotar como processo seletivo ou parte dele o uso das cotas (auto declaração).

Outra regalia oferecida é a de que o exame pode garantir certificação do ensino médio para pessoas com mais de 18 anos e que não concluíram essa etapa escolar. Se por um lado é um benefício ao candidato em questão, por outro está longe desse tipo de avaliação representar saber e qualidade dos conhecimentos. Além do mais, há o critério de combinação de número de erros e de acertos, o que determina o resultado.

Uma vez aprovados, quantos realmente terão condições de acompanhar um curso universitário? Quantos realmente têm base para acompanhar um curso de nível superior?
Professores experientes apontam como saída, um curso de adaptação para esses alunos cujo nível de conhecimentos necessários para acompanhar o curso escolhido, na maior parte das vezes é sofrível. O professor universitário se quiser levar adiante uma aula com conhecimentos que demandam uma boa base de conhecimentos por parte dos alunos, vai encontrar muitas dificuldades.

As greves de Professores, a falta de um ensino básico de qualidade, a obrigatoriedade de um diploma e toda a burocracia que vigora no país, demonstra quão longe estamos de ser um país realmente desenvolvido. Leis e decretos não resolvem assuntos que dependem de cada individuo em particular quando se trata de aprendizado. Mais uma vez predomina o nivelamento por baixo e para baixo, só para exibir números.
Mas, desejo muito boa sorte aos alunos que hoje estão se esforçando por um lugar ao Sol – na Universidade. Especialmente aos que estudam por gosto, pelo prazer de aprender.