terça-feira, 17 de setembro de 2013

PÁSSAROS, MENSAGEIROS DOS DEUSES E OS SABIÁS TAGARELAS PAULISTANOS.


Estava fazendo o relaxamento Yoga ao som do desafio de alegres bem-te-vis lá no alto das árvores da vizinhança; como fundo musical havia alguns sabiás laranjeiras, e o pipilar de outros pequenos canários, em perfeita harmonia superando os ruídos dos carros na rua. Lembrei da noticia de ontem: paulistanos reclamando que não podiam dormir por conta do canto dos sabiás nas madrugadas da agitada metrópole.
Pobres urbanos, e pobres sabiás. Todos estressados... Vivendo na grande metrópole ‘que não dorme’, até os sabiás sofrem com a iluminação direcionada para o alto numa dispersão do seu brilho lá do alto dos postes. Assim, eles acabam por confundir-se sobre a hora do alvorecer,  e começam mais cedo, a reza matutina de saudação ao novo dia.
Não entendo a linguagem dos pássaros, mas muitas vezes o tom de seu canto é uma verdadeira bronca e não um alegre despertar. Eles também sofrem com a vida agitada das cidades.  Ontem escrevi sobre ‘o pensar espaços’, ‘pensar o futuro’, ‘o meio ambiente’... Está na hora de repensar muita coisa nas cidades, inclusive o sistema de iluminação mal direcionada, e que pode estar perturbando o sono dos passarinhos e, que pode ser essa a causa dos sabiás começarem a cantar bem antes do seu horário natural.
Os pássaros em geral estão associados aos deuses e ao vôo da alma para os céus. Em vez de se aborrecerem seria muito mais ‘ecológico’ tentar entender sua linguagem. E também aprender a imitar seus sons. A vida pode ficar muito mais alegre e feliz. Naturalmente, deve-se repensar o espaço dos tresnoitados cantores sabiás, para que eles também tenham um sono tranquilo e um despertar feliz...
Lembre-se que há coisas muito piores acontecendo diariamente neste mundo para se perder o sono. Entre elas as guerras e toda sorte de violência e dominação pela força física, psicológica, econômica, política.
Quando à noite os ruídos da civilização diminuem, os ruídos da Natureza sobressaem. Se estivermos com insônia por um dia mal vivido, esses ruídos ganham as dimensões de trombetas do apocalipse. Tampões de ouvido têm sua utilidade prática.
Se há pássaros cantando é porque há vida, há esperança de um novo dia. Eles cantam alegremente quando se sentem seguros e sabem quando após uma tempestade o sol vai voltar a brilhar sem necessidade de uma estação meteorológica lhes passar a informação; e, emudecem e desaparecem como que por encanto, quando uma tormenta se aproxima.

Sabiás, tizius, bem-te-vis, maritacas, arapongas, rolas, pássaros pretos, seriemas, tico-ticos, azulões e muitos outros belos espécimes canoros ou não tem direito ao seu ‘espaço’ tal qual você, eu e todos os seres vivos. É da diversidade da vida e de suas diferentes formas de expressão é que nasce toda a beleza e faz com que a vida valha a pena.