segunda-feira, 8 de julho de 2013

REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932 – 9 DE JULHO – Na Trilha da História: Piraju, terra do Gal. Ataliba Leonel


Fui habituada a ouvir narrativas as mais variadas, desde as guerras na península Ibérica – origem da família – às histórias da nova Pátria - Brasil: das mais antigas como a guerra do Paraguai com tropas acampando na região da água da Estiva enquanto recrutavam voluntários; passagem de tropeiros e boiadas; às noticias de acontecimentos mais próximos como o dia 09 de Julho, data comemorativa na cidade de Piraju e do Estado de São Paulo. A lembrança era um tanto nebulosa a princípio, com a imagem da cruz na estrada – a cruz do gaúcho  vítima de fogo amigo quando da passagem das tropas gaúchas vindas do Sul.  Na escola que levava o nome do Gal. Ataliba Leonel aprendi um pouco mais da nossa história. E, nas conversas de adultos, detalhes da passagem das tropas vindas do sul, como a fuga das pessoas para o campo dias antes da sua chegada; a dispersão do pequeno contingente de recrutas sem preparo suficiente que tentara impedir a passagem em Carlópolis, e,  a instalação de morteiros pelas tropas gauchas na Rua 15 de Novembro mirando a estação da Estrada de Ferro Sorocabana, ramal Manduri - Vila Tibiriçá, do outro lado do rio Paranapanema. Era por ali que poderiam chegar tropas paulistas. Não chegaram. Algumas rajadas disparadas pelos morteiros no fim da tarde marcaram a partida dos gaúchos.
São Paulo vivia seu momento de revolução. Movimento de reação à Revolução de 1930 que levara ao poder Getúlio Vargas comandante das tropas vindas do Sul e que havia acabado com a hegemonia política do Estado de São Paulo. O MMDC – a sigla do Movimento Revolucionário: M (Mário Martins de Almeida) M (Euclides Bueno Miragaia) D (Dráuzio Marcondes de Souza) C (Antonio Américo de Camargo  Andrade) e mais um que veio a falecer quinze dias depois, o Alvarenga eram os jovens mortos em 23 – 05 – 1932 na cidade de São Paulo em choque com a policia getulista o que desencadeou a revolta.
Contou com o apoio de vários setores da sociedade paulista, estudantes, intelectuais e políticos ligados à Velha República. A principio teve o apoio de Minas Gerais de Rio Grande do Sul. A luta se desenrolou na capital paulista e no interior. Sem mais o apoio de outros Estados, os paulistas assinaram a rendição em outubro de 1932. 
A revolta chamou a atenção  para a necessidade de acabar com o regime imposto pela governo Vargas, e em 1933 foram realizadas eleições para a Assembléia Constituinte que elaborou a Constituição de 1934. Essa era a grande reivindicação dos revoltosos  para a volta da democracia ao país. A crise que foi deflagrada com a nomeação de Pedro Aleixo como interventor no Estado de São Paulo culminou na revolução eclodiu no dia 09 de julho de 1932.

09 de Julho é uma data história para o Estado de São Paulo que se orgulha de ter levantado a bandeira da volta à democracia num tempo de exceção. Entre os nomes que se destacaram no movimento temos a figura do Gal. Ataliba Leonel político, advogado e militar, um dos preparadores do movimento de 23 de maio de 1932. Ele organizou a Brigada do Sul da qual foi comandante-geral. Com a vitória da ditadura ele foi preso e exilado para Portugal. Era natural de Itapetininga (SP) radicado em Piraju onde a família possuía propriedades e mantinha residência, onde, na volta do exílio, faleceu no dia 29-10-1934.