quinta-feira, 11 de julho de 2013

HORA DE REFLEXÃO SOBRE DECLARAÇÕES DE POLÍTICOS E MEDIDAS GOVERNAMENTAIS.

– Após uma análise otimista sobre o panorama brasileiro atual, o ex-presidente Sarney deu sua explicação às causas das manifestações ocorridas no Brasil. - ‘Temos a mais feliz das infelicidades’. O povo tem tudo só que agora quer mais; deveria estar feliz e não está, é sua conclusão em artigo (Tsunami brasileiro) publicado no jornal El Pais.
- ‘Eu era feliz e não sabia (!)’... Tudo vai bem no melhor dos mundos, inclusive no Brasil na visão de políticos que já não distinguem o público do privado. Como se sentiriam esses figurões tivessem que viver com salário mínimo,  usar o sistema de saúde, de transporte público, fila para tudo, etc.?

Agir por agir do Governo - não resolve. Só cria mais confusão. A eclosão da série de movimentos da população que parecia inerte por um momento, causa surpresa. Povo gritando palavras de ordem nas ruas. Fazendo exigências. Cobrando dos políticos soluções para ‘n’ problemas.
Veio a reação do governo e de sua equipe. Uma reação típica  de alunos que folgaram o ano inteiro, e, com medo da reprovação, correm para entregar todas as lições atrasadas de uma só vez. Reuniões com o todos os 39 Ministros. Proposta de Plebiscito! Uma Constituinte! Reforma Política! Passe Livre. Contratação de médicos – sem resolver os problemas de infra-estrutura que dê condições de trabalho ao profissional da área; mudanças no curso de Medicina (!), etc.  Dizem que uma lei revoga outra.  Recapitulando: a Lei Áurea revogou a escravidão; as Leis Trabalhistas revogaram a Lei Áurea; a nova Lei imposta aos médicos é mais um passo atrás - o viés ditatorial que foi usado no caso dos médicos não combina com a democracia e com os direitos dos indivíduos. Trabalho compulsório é anticonstitucional.
Formular propósitos é fácil. O difícil é executá-los. O momento exige coerência sem precipitação com base na razão e não na emoção. Sempre haverá egos lutando pela autoridade e pelo poder. Nem sempre esses egos têm real preocupação com a situação econômica, política, social ou de identidade de quem quer que seja.
É hora de refletir sobre os rumos e as mudanças que podem vir de forma açodada, pois a pressão tende a se manter. São muitos os setores se movimentando e cada um tem uma agenda conforme interesses particulares e corporativos. A inércia de décadas por parte do governo tinha que ter um fim.
Qual a lição que se pode tirar de outros movimentos que já ocorreram pelo mundo, trocando políticos corruptos, ineptos que deixaram de ouvir a voz do povo, por uma ‘cara nova’ utilizando os métodos democráticos?
‘A lição não é simplesmente trocá-los por um líder que não seja apenas uma ‘cara nova’ e que não se limite a dizer as mentiras que satisfazem a maioria. Mas, é preciso impedir que a ‘cara nova’ se perpetue no poder, que uma vez chegada ao palácio não sai mais de lá.  Ex. Fidel Castro em Cuba, Hugo Chávez na Venezuela, Putin na Rússia, Berlusconi na Itália entre outros que ficam no banco de reserva a espera de um descuido.
Para resolver os graves problemas nacionais o governo não pode agir ao sabor dos acontecimentos de forma improvisada e atabalhoada, demonstrando amadorismo. Generalidades apresentadas – todas elas pertinentes – foi um convite a ação do agir pelo agir querendo mostrar serviço. Nada mais.

Moralizar é preciso - Por falar em público e privado, o Papa Francisco, com firmeza e autoridade está a lembrar que o voto de pobreza clerical não é mera formalidade. Em recente declaração disse algo que também serve a todo político corrupto:
- ‘jamás se vió um camión de mudanza detrás de um intierro’. Disse também que São Pedro não tinha conta em Banco, numa referencia aos escândalos ocorridos no Vaticano e que levaram o Papa Bento XVI à renúncia. Recomendou: ‘Uma Igreja pobre e para os pobres’.


‘O pensamento é uma força vivente. Quero aplicá-la com prudência e saber’.