quarta-feira, 26 de junho de 2013

‘REECOLL’ - OSTRACISMO - PRIMEIRAS REAÇÕES DAS AUTORIDADES ÀS MANIFESTAÇÕES POPULARES

Os primeiros efeitos produzidos após a avalanche de manifestações já se fazem notar:
- O Congresso suspende o recesso parlamentar e volta à atividade – em poucas horas dão uma demonstração de que quando há vontade política dá para fazer em pouco tempo o que costuma ser adiado, ou melhor, empurrado estrategicamente para a próxima legislatura de forma descompromissada. Esperamos que seja para valer. Para começo, sob pressão a PEC 37 é arquivada.
- Revisão de tarifas do transporte público e promessa de ampliação da rede de metrôs e trens urbanos – os governantes, com os pés no chão, sabem que isso demanda tempo e recursos. Espera-se que o governo federal não fique na retranca e se omita em cumprir sua parte jogando tudo nas costas dos Estados e Municípios.
- A fala da oposição – Aécio Neves – listou as principais medidas urgentes para tornar o Estado menos burocrático e mais eficiente, com destaque para o enxugamento da máquina administrativa, corte pela metade dos Ministérios que são verdadeiros cabides de empregos para políticos que não conseguiram se eleger pelo voto popular.
- O Ministro do STJ, Joaquim Barbosa sugeriu o ‘Reecoll’ de políticos que perderam credibilidade junto a seus eleitores. Isso é bom, ou ruim? -  Equivale ao ‘ostracismo’ da antiga Grécia quando em Atenas, os cidadãos descontentes com o comportamento de seus representantes, escreviam na casca de ostras o nome do político que queriam que fosse excluído da administração pública e depositavam numa urna. De tempos em tempos essa urna era aberta e os nomes com maior número de votos eram punidos. A punição ia desde o simples afastamento temporário, ao desterro / exílio. Era uma espécie de plebiscito.
- Plebiscito – polemica proposta como foi apresentada pela Presidenta, tornou-se o centro do debate. Esperamos que não seja o fogo de artifício para desviar o foco de problemas mais graves.
Os movimentos populares do momento já são uma forma de plebiscito, a exemplo do que ocorreu com o grande movimento “A Marcha da Família Com Deus Pela Liberdade’ comandada por uma Senhora, Dona Amélia Bastos, Dona Amelinha, em março de 1964, quando o Brasil passava por um período de instabilidade e ameaçando as instituições devido à influencia de grupos comunistas agindo no país. : A marcha mostrará ao mundo que esta é uma Revolução do povo, um plebiscito pela verdadeira democracia! palavras da corajosa Dona Amelinha que, sem os recursos de uma internet ou redes sociais, conseguiu levar às ruas 500 mil pessoas em São Paulo, uma multidão em Belo Horizonte, outra no Rio de Janeiro e até na nascente Brasília. Sua motivação às outras mulheres que se mobilizaram para levar adiante movimento de tal envergadura: - ‘Quem tem mais a perder com o que está acontecendo no nosso país do que nós, mulheres? E de quem será o futuro que desaparecerá senão o de nossos filhos e netos, se a política radical do Governo (Jango) levar a nossa pátria ao domínio comunista?’.  (fonte -Jornal Inconfidência – Edição Histórica, BH – 31-03-2013 – / 188.)
O povo já está fazendo seu plebiscito. Os políticos que estavam acomodados governando no ‘piloto automático’ e fazendo de Brasília o seu confortável aeroporto para vôos panorâmicos enquanto aproveitavam o céu de brigadeiro terão que cumprir uma agenda de trabalho produtivo.
Não há necessidade de uma consulta popular que pode ser manipulada por políticos. Deixem que a voz do povo continue a dizer em alto e bom som o que querem. O Brasil já passou por outras crises tanto políticas como econômicas. O modelo atual está esgotado.
O tempo do “JK sta cá, JK sta lá/ JK está em todo lugar... Voa voa Presidente...” (Juca Chaves) - ficou lá trás, nos anos dourados, quando Brasília foi construída (1956/1961). O plano piloto de Brasília exige presença, trabalho, responsabilidade. 
Temos uma Constituição. Temos leis. Cumpram-se!