domingo, 18 de novembro de 2012

CÁDIZ - REDESCOBRINDO A AMÉRICA - SÉCULO XXI


No encontro de lideres latino americanos em Cádiz – Espanha – percebemos uma clara ansiedade dos representantes do velho mundo,  ex-conquistadores e povoadores da América Latina, em esperar por um apoio efetivo de além mar. Empregos! Empregos para seus desempregados. Empregos para quem está habituado com  mordomias do socialismo.
Em fins do século XIX e início do século XX migraram para o Brasil milhares de espanhóis, italianos, portugueses, sírio-libaneses, japoneses, alemães, etc. Fugiam da pobreza e da falta de oportunidade em seus países; eles vinham ocupar os espaços que a mão de obra escrava deixara vazios, especialmente nos campos.
Cem anos atrás meus avós chegaram ao Brasil entre as levas de imigrantes. Meu avô costumava relembrar de como fora a viagem (cuando pasamos de buque el charco a camino de América...). Sem regalias se instalaram na área rural e enfrentaram o trabalho duro do campo – café, criação de gado, agricultura de subsistência. Na minha infância, a pequena cidade de Piraju (SP) era uma verdadeira comunidade internacional.
A América tem imensos espaços vazios. Muito trabalho por fazer. Muitos problemas por resolver. Fico a imaginar como será a vida desses possíveis novos migrantes redescobrindo o continente que já forneceu inúmeras riquezas (minerais, agrícolas) ao velho mundo. Virão eles com vontade de trabalhar duro como ocorreu com os que vieram há um século atrás? – Certamente dirão que os tempos são outros. Que tem especializações em áreas técnicas, que podem ajudar com logística e tecnologia de ponta, etc. Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai, Venezuela, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai e todos os demais países latinos certamente terão condições de absorver essa mão de obra se houver um planejamento adequado que oriente a entrada desses estrangeiros para que não se tornem mais um problema social local.
Governantes brasileiros na última década venderam ao mundo uma imagem de país próspero no meio de crises mundiais. 
E agora? Esperar para ver no que vai dar essa nova leva de migrantes ‘pasando el charco’... - bem mais rápido que os navios que um século atrás partiam de Cádiz para o porto de Santos (SP) ou para o  do Rio de Janeiro (RJ.