domingo, 2 de setembro de 2012

OS CAMINHOS E O VIAJOR

Caminhos tortuosos ou retilíneos. Que se  bifurcam ou se interrompem. Caminhos que nunca voltam sobre si. Seguir, vencer desafios, caminhar... Caminhar... Caminhar... Essa é a ordem natural da vida.
Caminhos com setas a indicar horizontes novos, ou horizontes perdidos em grotões escuros e tortuosos. O viajor pode escolher um deles. Escolha feita, seguir em frente. Mas  parece que às vezes ele é direcionado. É desviado, e por vezes empurrado para onde ele não quer ir. Dizem que é o destino, aquele que não respeita nem o livre arbítrio (?)
Milhões de passos são dados diariamente por pessoas – simples viajores da vida – ora firmes, decididos, seguros, ora incertos e trôpegos. Para onde vão?
Caminhar é o destino de todos. Olhar para trás faz parte. Seja para alegrar-se das conquistas, seja para entristecer-se com as frustrações e, perguntar-se: - Em qual bifurcação dos caminhos errei na escolha? – teria sido melhor ter parado no ponto em que a dúvida apareceu? – Voltar não dava. Ou daria?
Dúvidas e questões do viajor nada solucionam, pois quando menos espera, ele pode ser surpreendido e desviado de sua rota por mão invisível; não dá para resistir, nem protestar, nem se rebelar. Foi o destino a falar mais alto quem decidiu. Destino – o dono dos caminhos – parece brincar com o viajor. Prega-lhe peças...
Mas sempre haverá uma voz a sussurrar-lhe ao ouvido: -‘Foi melhor assim, dizem os sábios’. E os que têm uma visão ampla do mundo ilusório concordarão: -‘ Foi melhor assim!’
- Foi? Mas e, se...? – insistirá o eterno sonhador de sua liberdade.  Bem, resta-lhe a ilusão de um horizonte lá adiante, a também caminhar à sua frente, renovando as esperanças perdidas e acenando com novas ilusões. Não importa qual é o propósito. Seu destino é caminhar. Perseguir as quimeras que a cada novo horizonte misterioso alimentam a imaginação e impulsionam na eterna busca de algo fugaz, indefinível, porém irresistível, que tem apoio na dona curiosidade, aquela que quer   saber o que se esconde lá no horizonte  novo a que leva o novo caminho. Melhor não dizer que, tudo será uma repetição, repetitiva de um filme que não tem nem começo nem fim; que tudo é um eterno retorno do que já foi um dia o seu caminho de viajor. Deixemos que o tempo diga.
- Ele dirá!
– Oras, Tempo não existe! Só há caminhos eternos, infinitos a se movimentar na larga linha espiralada que se move a cada novo horizonte descortinado. É desse movimento que se alenta a alma, que renova suas esperanças. Ele brinca com a ilusão da conquista, desafia o viajor  a vencer e instiga a imaginação de cada ser vivente.
Sempre é tempo de caminhar. Sempre é tempo de reiniciar a jornada. O movimento não pode parar. Faz parte da centelha crepitante daquele enrolamento do Nada girando velozmente, permitindo tudo acontecer, inclusive o viajor realizar seu eterno caminhar!