quinta-feira, 16 de agosto de 2012

PANORAMA DO DIA - A IMPRENSA E O REPETITIVO


1-     MENSALÃO – deverá começar logo mais a leitura das sentenças dos réus do Mensalão, pelos senhores Ministros do TSF. Será cansativo, sem dúvida alguma, como cansativo foi uma defesa orquestrada e repetitiva de que tudo não passava de Caixa 2 (!) Dizem que será uma boa aula para os estudantes de Direito. Não duvido.
O que nos chamou a atenção é que os noticiários, salvo algumas exceções de comentaristas, não se preocuparam em dizer que o uso de quantias tão vultosas em campanhas políticas é uma verdadeira imoralidade – ainda mais quando se trata do dinheiro público, e em particular de empresas interessadas em negócios com o governo... Até quando persistirá essa sanha por recursos financeiros por parte de políticos e dos partidos que só tem interesse em se garantir no poder?
2-     GREVES – no passado não muito remoto vimos movimentos grevistas obedecendo a palavras de ordem cantadas em tom marcial – ‘avanti populi faciamo la grève’...  e, acabou como acabou! Não se justificam movimentos desse vulto, em plena Democracia. Eles visam o quê? – desestabilizar o governo? Ou terão sido orquestrados para desviar a atenção de coisas mais graves como a corrupção, por exemplo, o julgamento dos mensaleiros, etc.? – O tempo dirá. Agosto já foi testemunha de dois fatos políticos graves: a) 24-08-1954 – suicídio do então presidente Getúlio Vargas; b) renúncia de Jânio da Silva Quadros (25-08-1961) – com consequências que se propagaram até hoje...
3-     PAC – e novos Pacotes - espera-se que não seja mais uma jogada eleitoreira e não fiquem no papel as boas e luminosas propostas para o desenvolvimento do país. Modernização e ampliação das rodovias e das Ferrovias. Ferrovias! Já era tempo! Para um país do tamanho do Brasil as Ferrovias que tiveram início lá em 1854 por iniciativa do Visconde de Mauá – Irineu Evangelista de Souza (1813-1889) precisam urgentemente de uma atenção especial. E, dizer que há cem anos meu avô paterno migrou com a família, da Espanha para o Brasil, exatamente para trabalhar na construção da Estrada de Ferro Sorocabana no interior paulista. Era um avanço tecnológico que criou cidades, proporcionou progresso e oportunidade de trabalho a muitas pessoas e que em muitos países não foi abandonado por oferecer qualidade de vida ao povo. Aqui no Brasil, tudo sucateado... O individualismo do transporte rodoviário – carro – adotado como substituto das ferrovias desde o programa da industrialização automobilística foi no mínimo míope em termos de dimensão territorial nacional. Sempre é tempo de corrigir as falhas. 
“Clareza é a boa-fé dos filósofos”. Espera-se que haja clareza e verdade em tudo e que os noticiários comecem a mostrar um panorama mais coerente e menos acomodado aos interesses da mediocridade reinante.