sexta-feira, 6 de julho de 2012

COMO MELHORAR A EDUCAÇÃO - 1ª PARTE

Melhorar a Educação e por tabela elevar o nível de aprendizado  não se faz nem por decreto, nem por lindos planos recheados de boas intenções com base em teorias ideológicas elaborados em gabinetes, e muito menos inaugurando obras que não sairão do papel. Uma educação de qualidade depende de ações práticas, objetivas executadas por profissionais capacitados.
Para início de conversa é preciso distinguir:
1- Educação - é um processo difuso que se dá na Família, na Igreja (não importa qual), na Sociedade e também na Escola.
2- Instrução - ensino de conteúdos - é a função principal da escola. Para tal são necessários: um corpo docente, um corpo discente e instalações adequadas ao processo.
Lembramos que o Estado não substitui a Família no quesito Educar. E muitas famílias podem, com certa vantagem, substituir o Estado no processo de ensino de conteúdos.
A Escola tutelada pelo Estado, salvo exceções, é um fracasso. Basta observar os resultados pouco animadores dos índices de reprovação e o baixo nível dos alunos que chegam à Universidade semi-analfabetos. Isso agravado pela violência reinante entre os jovens e o descontentamento generalizado dos profissionais da educação pela condições precárias que tem que enfrentar no dia a dia.
A infraestrutura das escolas não atende à demanda (obrigatória) de alunos, o que prejudica o aprendizado. As salas superlotadas abrigam alunos que querem aprender com uma grande maioria que ali está porque é obrigado (!), e também porque "ser estudante dá status".
A massificação do ensino nivelando por baixo os alunos com um sistema de aprovação automático é um grande erro. Sempre haverá os bons alunos e os alunos com dificuldade de aprendizado ou simplesmente desinteressados. Essa massificação não respeita as diferenças individuais, que, ao acenar com um diploma Universitário, se esquece do básico: o aluno como indivíduo, como ser humano que tem direito de escolher seu caminho de acordo com sua aptidão; muitos deles serão profissionais de baixa qualidade quando não abandonam o curso em busca de algo que realmente condiz com suas habilidades, capacidade cognitiva, etc.  Há inúmeras profissões valorizadas, necessárias que independem de um curso superior e o mercado de trabalho precisa e valoriza.
Um dos fatores do empobrecimento educacional - especialmente no ensino público - está diretamente relacionado à mente limitada pelo mito do herói que o sistema elegeu como modelo. 
Daí a necessidade dos objetivos do ensino básico incluírem não só a língua pátria, a matemática, a história, geografia, ciências, artes, mas também a formação ética, moral e cívica (sem viés ideológico) e a prática da educação física. Isto porque, enquanto os conteúdos curriculares alimentam a mente e a inteligência, a educação física irá disciplinar o corpo físico. Todos sabem que as crianças passam por transformações de ordem fisiológica e psicológica ao entrar na puberdade -uma idade difícil que exige disciplina que só pode ser dada  através da prática de exercícios (ginástica e prática de esportes). Não serão 'kits' que levam a comportamentos maliciosos e de desrespeito,  que vão educar e ensinar as crianças e aos jovens a lidar com seus corpos em desenvolvimento, a se respeitar e a respeitar seus colegas.
Nesta primeira parte queremos ressaltar a importância do respeito pelas diferenças individuais na capacidade de aprendizagem, e, considerar que a capacidade cognitiva, de habilidades, de atenção, etc., não estão sendo levadas em consideração com a fórmula massificadora adotada. Não quero acreditar que seja proposital para fomentar uma espécie de dominação das mentes... É preciso respeitar as pessoas em seus valores. 
Enquanto o Ministério da Educação continuar querendo exibir números, estatísticas e índices sem oferecer a infraestrutura adequada para o atendimento da crescente população estudantil em todos os níveis, o caos vai dominar, infelizmente. 
Melhorar a educação vai muito além de inaugurar pedra fundamental de Universidades fantasmas.