segunda-feira, 11 de junho de 2012

A ESCOLA REAL E A DA FICÇÃO

 

Ao som da trilha sonora de "Embarque nesse Carrossel" relembramos nosso tempo de estudante. Uma é a lembrança em especial, de patriotismo, com o hasteamento da Bandeira Nacional com o canto do Hino na frente da escola. Uma cerimônia mais simples, mas muito significativa era da Bandeira hasteada na porta da sala onde o comparecimento dos alunos havia sido de 100%; certos dias todas as classes ostentavam sua bandeira na porta. Motivo de orgulho.

A escola como conhecemos é uma criação de um momento histórico da sociedade européia do século XVII e XVIII. Cada época e cada Nação adotam ou adaptam o modelo de escola e seus currículos de acordo com o momento histórico que vive. 

O conceito de Pátria independente adotado pelo Brasil com a Proclamação da República, onde o cidadão tem seus direitos assegurados pela Constituição, teve início nos Estados Unidos e foi seguida pela França. Foi visando a defesa desses princípios de Pátria, de Liberdade, de Família, de responsabilidade dos indivíduos, que a disciplina de Educação Moral e Cívica objetivou ao ser incluída nos currículos plenos escolares (1° e 2° graus) do país, em 1°/09/1969, através do Decreto Lei 869.

A disciplina também fazia parte do currículo mínimo exigido, respeitadas as diversidades regionais.

Anteriormente à essa Lei, os princípios e valores éticos, morais, religiosos e cívicos faziam parte dos conteúdos ensinados e da vivência escolar, através de disciplinas como: história, geografia, religião, música, literatura, etc. Os livros de leitura (Antologias) continham textos de autores nacionais e clássicos, onde a Pátria, a cultura, as personalidades, etc. tinham espaço - e vinham acompanhados com pequenas biografias ilustrativas. A música dava ênfase a cantos folclóricos e aos hinos pátrios. Os cadernos de uso escolar traziam impresso na 4ª capa além de símbolos nacionais, ou figuras da República, a letra dos Hinos: Nacional, da Proclamação da República, da Bandeira, da Independência e a Canção do Expedicionário.

A cerimônia de Hasteamento da Bandeira Nacional, e as datas cívicas eram dias especiais de comemoração e festividades. Havia um conjunto de ações e informações sobre civismo, valores éticos e morais que levavam à formação de cidadãos de bem, respeitosos, livres e independentes. 

Havia disciplina, respeito, estudo, vontade de aprender, de participar por parte dos alunos em todas as atividades escolares.

Críticas direcionadas ao período em que vigorou o regime militar no Brasil em relação a introdução da EMC como disciplina curricular não tem o menos sentido.

Cabe aos historiadores escrever de forma isenta os fatos como eles ocorreram, e qualquer interpretação particular de quem não vivenciou a realidade escolar da época é mera especulação.

A escola e os currículos escolares fazem parte da nossa cultura democrática que devemos preservar.

Aos que confundem liberdade com desrespeito às regras e à disciplina estão precisando de umas lições de EMC! É, por exemplo, uma lástima, que representantes dos estudantes (UNE), que deveriam dar o bom exemplo, estejam envolvidos em malversação de recursos públicos, enquanto milhares de estudantes sofrem as conseqüências do descaso para com o ensino de qualidade.

Queremos uma escola de qualidade. Eu tive o privilégio de estudar num tempo em que a Escola e o Professor eram símbolos de saber, patriotismo, e de respeito onde os valores eram, não só ensinados, mas também vivenciados.