domingo, 30 de outubro de 2011

A TRAVESSIA E O PERDÃO

Querendo ou sem querer estamos caminhando rumo ao futuro... Ora com alegria, ora sendo atropelados pelas vicissitudes da vida. Seguimos como nuvem passageira realizando uma travessia pelo mundo das realidades, das ilusões repleta de surpresas que nos ensinam a cada nova experiência vivenciada. Tudo tem uma razão de ser. Perdas e ganhos, alegrias e tristezas, tropeços e glórias com todas as lamentações pelas oportunidades não aproveitadas.
O longo caminho, com tantas bifurcações, com tantas escolhas, com tantos obstáculos nos obriga a constantes escolhas tendo que deixar outras tantas oportunidades de lado – perdidas (?)... Talvez não, embora as direções do tempo continuem em aberto e o tempo não volta sobre si. Portanto, seguir adiante.
É preciso saber perdoar. Perdoar-se a si em primeiro lugar. E perdoar implica em esquecer. Aceitar o momento como nos chegou e procurar fazer o melhor daqui para frente aproveitando as experiências vividas durante a travessia.
Apontar erros da travessia dos outros só é válido se for para corrigir distorções, nunca para justificar nossas próprias fraquezas, erro em que incorrem muitos que não admitem seus próprios erros como a causa das mazelas que sofreram, e que ainda cultivam no seu imaginário. Aplacam assim a própria consciência à custa da exposição dos outros. Essa é uma atitude pouco nobre própria de espíritos empedernidos. Ignoram eles que o ponto de partida da travessia de cada um é que determina sua jornada.
Ignoram que cada um recebe um “kit” pessoal e intransferível formado por Corpo – Mente – Espírito. São dádivas que não podem ser negligenciadas.
Um Corpo corrompido por drogas, por exemplo, ou alimentação errada, abusos e descuidos os mais variados leva a uma vida penosa e de sofrimentos físicos.
Uma Mente contaminada pelo ódio e desejos de vingança, corrompida por maus costumes e desrespeito para sua finalidade de aprendizado e ensinamentos causam malefícios para si e para a sociedade.
Um Espírito quando não é norteado pelos valores que criam um elo de identidade com a beleza, a harmonia, a paz, o bem, a luz e tudo o que é Sagrado – não importa a crença – vai transformar o homem num ser embrutecido, inescrupuloso, prepotente, orgulhoso, maldoso, indigno e capaz de destruir seus semelhantes, pois ele está convencido que é indestrutível. Na verdade não passa de uma pobre sombra que momentaneamente tenta encobrir sua própria pequenez.
É assim a travessia: longa, com muitos obstáculos. Nós, como bons “motoristas” temos que dirigir nossas vidas criando um círculo de proteção ao nosso redor para manter distancia dos insanos e inconsequentes que encontramos pelo caminho.
Perdoar a si e ao próximo, pois se eles não sabem o que fazem, nós temos por obrigação cuidar para completar nossa travessia a salvo, mesmo que de mãos vazias do ponto de vista material, porém com a consciência em paz por ter cumprido nossa missão.
A cada dia o seu trabalho. Encontramos muitas pedras pelo caminho. Sábio será aquele que com elas construir:
- CASTELOS para abrigar todos os sonhos;
- TEMPLOS para louvar tudo o que há de mais belo e Sagrado na vida;
- MONUMENTOS ao Saber para que com o exemplo possa ajudar a travessia de muitos outros.
Já dizia a Madre Superiora às crianças terríveis do Colégio: - “Ai daqueles que fazem os Santos!” – No Colégio da Vida todos somos aprendizes. Porém há os que teimam em ser fazedores de Santos.
Reescrevamos nossa história dando lugar ao Perdão para assim poder expressar-nos plenamente durante a travessia.