sábado, 1 de outubro de 2011

A ARMADILHA DA PRESSA

Você certamente também já caiu na armadilha do ‘apressadinho’ e não sabe por que está estressado. Nas primeiras aulas para aprender a dirigir o instrutor me apressava; um dia protestei: - “Correr para que, se tenho que parar no sinaleiro?” – ao que ele respondeu: - “para não atrapalhar o trânsito...”
Muito bem! Temos que correr para não atrapalhar os apressadinhos?
Velocidade está na ordem dia. Para tudo. Até para ficar on-line. Caso contrário vem a advertência: - “Você fica muito tempo on-line. Experimente tal ou qual truque. Seja mais rápido!....”
É assim, a modernidade. Correr, correr, correr cada vez mais rápido, senão ‘você atrapalha!’... Mas afinal, correr para que?
Na minha infância achava fantástico ver o Sol surgir na linha do horizonte enquanto olhava tranquilamente os raios solares percorrendo o espaço até nos atingir – à velocidade da luz!
Hoje fico fascinada com a contagem do tempo de uma F1, por exemplo. São centésimos de segundo separando o campeão do segundo colocado. É um esporte, mas de apressadinhos como tudo mais na vida, correndo contra o tempo.
Por outro lado as autoridades queixam-se do excesso de velocidade nas ruas e das conseqüências dessa pressa toda. Faz parte da cultura contraditória como em tudo o mais.
Corra, corra... Você está atrasado. Corra!
– Atrasado para que? Quem corre não vê o caminho por onde passa. Não desfruta das belezas naturais que o rodeiam, daí o pouco caso com o lugar onde se vive.
É primavera! Você já parou para ver a festa de cores das flores que coloriram a cidade? Ou para ouvir o canto dos pássaros nas árvores? Já conseguiu se deter para ver o vai-vem de uma abelha voando de flor em flor em busca do néctar?
Até o ensino é apressado, a leitura é dinâmica, o cálculo feito em máquinas, a comunicação tem que ser rápida na base do ‘fast-food’...
Bons tempos em que o tempo era um aliado para aprender, saborear cada aroma, ouvir cada som, desfrutar da alegre convivência para ouvir um ‘causo’... Hoje as estatísticas são mais importantes. Em geral também contam o número de apressadinhos que foram sendo atropelados pela vida.
Pense sobre isso. Com calma!